quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

La La Land - Cantando Estações

E aí gente. To sumida né, eu sei. 2017 começando (mentira, já começou tem tempo, eu que tô em falta com o blog mesmo), e já estamos naquela corrida de sempre com os filmes pro Oscar desse ano.

Então:
precisamos falar sobre La La Land.

QUE. FILME!

- CONTÉM SPOILERS - 

Vamos começar pelo começo. Emma Stone é Mia, uma atendente de um café em um estúdio de cinema de Hollywood que sonha em ser atriz desde criança, quando brincava de atuar com uma tia. Ela leva jeito, mas suas audições nunca dão em nada.

Ryan Gosling é Sebastian, um pianista apaixonado por jazz, que assim como a mocinha, não engata na profissão.

Os dois personagens acabam se encontrando (muitas vezes), até que se envolvem romanticamente, e aí segue o filme...

Para que você goste de La La Land é preciso que:
- você goste de musicais,
- você entenda sobre musicais, 
- você goste de casaizinhos românticos fofos,
- você aprecie o esforço de atores que não cantam nem dançam, mas que passam emoção.

Não, não é um filme para todo mundo. Nem todos gostam de cantorias no meio de cenas, nem de gente dançando no meio de uma rodovia, nem de passos de sapateado no alto de um mirante. Isso precisa ser apreciado por quem saiba apreciar. 

Fonte: IMDb
O filme traz de volta os ares dos musicais clássicos, da Era de Ouro. É nítida a homenagem feita aos musicais antigos, como Cantando na Chuva por exemplo, ou às cenas de dança de Fred Astaire. Tem uma vibe anos 50, mas sempre algo nos puxa e nos mostra que o filme se passa hoje em dia. A mistura do clássico com o moderno é feita de forma graciosa, somos levados pelos cenários, figurinos, cores... Tudo é encantador. 

Fonte: IMDb
Não é um filme em que as músicas começam e você pensa "ah... lá vem, vai cantar forçadamente sobre o que está fazendo". As canções chegam com naturalidade, são bem integradas às cenas. O filme é milimetricamente pensado, os enquadramentos são calculados, mas tudo de forma poética. 

Fonte: IMDb
Duas cenas foram grandes destaques para mim:
1. quando Mia e Sebastian sapateiam no alto do mirante, e somos transportados para décadas atrás, mas o toque de celular no final nos chama de volta para a realidade,
2. a cena final. É uma sequência lindíssima (porém triste) de um "E se...". Como teria sido se tivéssemos tomado outro caminho? A forma como isso é retratado no filme é muito bonita: ele nos leva até lá, mas nos puxa (novamente) para o hoje.  

É um filme feliz? Sim.
Romântico? Sim.
Mas não aquele feliz esperado. Nem sempre a mocinha fica com o mocinho. Pessoas mudam, e nem sempre o outro está preparado para mudar também. La La Land traz um final feliz (não aquele feliz de sempre, que o público está acostumado), mas real. 

Eu ainda estou suspirando pelo filme.